Fazer coisas! Hackdays, prêmios e protótipos¶
A estrutura dessas competições é que vários conjuntos de dados são colocados à disposição dos programadores, têm uma janela curta de tempo - desde 48 horas até algumas semanas - para desenvolver aplicações usando esse dados. Um prêmio é então concedido à melhor aplicação. Competições têm sido promovidas em vários países, incluindo o Reino Unido, os Estados Unidos, a Noruega, a Austrália, a Espanha, a Dinamarca e a Finlândia.
Exemplos de Competições¶
`Show us a better way` (em português, mostre-nos uma maneira melhor) foi a primeira dessas competições no mundo. Ela foi iniciada pela “Força-Tarefa O Poder da Informação“ (em inglês, “The Power of Information Taskforce“) do Governo do Reino Unido, liderada pelo Ministro de Gabinete de Governo Tom Watson, em março de 2008. Essa competição perguntava “O que você criaria com informações públicas?“ e era aberta para programadores de todo o mundo, com um prêmio tentador de £ 80.000 libras esterlinas para as cinco melhores aplicações.
Apps for Democracy (em português, Aplicativos para a Democracia), uma das primeiras competições nos Estados Unidos, foi lançada em outubro de 2008 por Vivek Kundra, então Diretor de Tecnologia (CTO, na sigla em inglês) do Governo do Distrito de Colúmbia (DC). Kundra tinha desenvolvido o inovador catálogo do DC, http://data.octo.dc.gov/, que incluía conjuntos de dados tais como feeds em tempo real de crimes, notas de provas escolares e indicadores de pobreza. Esse foi, na época, o mais completo catálogo de dados locais no mundo. O desafio era torná-lo útil para cidadãos, visitantes, empresas e órgãos de governo de Washington, DC.
A solução criativa foi criar o torneio Apps for Democracy. A estratégia era pedir que as pessoas construíssem aplicações usando os dados do recém-lançado catálogo de dados. Ele incluía a inscrição online de aplicações, muitos pequenos prêmios em vez de poucos grandes, e muitas categorias diferentes, além de um prêmio de “Escolha Popular“. A competição esteve aberta por 30 dias e custou US$ 50.000 dólares ao governo de Washingto DC. Em contrapartida, foram desenvolvidas 47 aplicações para a web, para iPhones e para o Facebook, com um valor estimado de mais de US$ 2.600.000 dólares para a economia local.
O Desafio Abre Datos (Abra Dados) de 2010. Realizado na Espanha em abril de 2010, esse torneio convidou os desenvolvedores a criar aplicações de código livre fazendo uso de dados públicos em apenas 48 horas. A competição tinha 29 equipes de participantes que desenvolveram aplicações que incluíam um programa para telefones celulares para acessar informações do tráfego no País Basco, e para acessar dados sobre ônibus e pontos de parada de ônibus em Madri. Esses aplicativos ganharam o primeiro e segundo prêmios, de € 3.000 e € 2.000 euros, respectivamente.
Nettskap 2.0. Em abril de 2010, o Ministério Norueguês de Gestão Governamental realizou o “Nettskap 2.0”. Desenvolvedores noruegueses – empresas, órgãos públicos ou pessoas – foram desafiadas a inventar projetos baseados na web nas áreas de desenvolvimento de serviços, processos eficientes de trabalho e aumento da participação democrática. O uso de dados governamentais foi explicitamente encorajado. Apesar da data limite de inscrição ter sido apenas um mês depois, em 9 de maio, o Ministro Rigmor Aasrud disse que a resposta foi “esmagadora”. Um total de 137 aplicações foram recebidas, das quais nada menos que 90 foram construídas com a reutilização de dados governamentais. Uma quantia total de 2,5 milhões de coroas norueguesas foi distribuída entre os 17 vencedores. A quantia total solicitada pelas 137 aplicações inscritas foi de 28,4 milhões de coroas norueguesas.
Mashup Australia. A Força-Tarefa Australiana Governo 2.0 convidou os cidadãos a mostrar por que o acesso aberto às informações do governo australiano seria algo positivo para a economia e o desenvolvimento social do do país. O torneio realizou-se de 7 de outubro a 13 de novembro de 2009. A Força-Tarefa liberou alguns conjuntos de dados sob uma licença aberta e em uma gama de formatos reutilizáveis. As 82 aplicações que se inscreveram no torneio são mais uma evidência das novas e inovadoras aplicações que podem resultar da disponibilização de dados governamentais em termos abertos.
Conferências, BarCamps e Hackdays¶
Uma das maneiras mais eficazes para as Organizações da Sociedade Civil (OSCs) demonstrarem a governos o valor da abertura de seus conjuntos de dados é mostrar as múltiplas maneiras pelas quais a informação pode ser administrada para alcançar benefícios econômicos e sociais. OSCs que promovem o reúso têm sido fundamentais em países onde houve avanços em políticas e leis para garantir que conjuntos de dados sejam tanto tecnicamente quanto legalmente abertos.
Atividades que frequentemente fazem parte dessas iniciativas incluem competições, conferências de dados abertos governamentais, “desconferências”, workshops e “hack days”. Essas atividades são frequentemente organizadas pela comunidade de usuários com dados já publicados pró-ativamente ou obtidos usando pedidos de acesso à informação. Em outros casos, ativistas da sociedade civil trabalham com funcionários públicos progressistas para garantir novas disponibilizações de dados que possam ser usados por programadores para a criação de aplicações inovadoras.